Ok, pessoal, aviso importante: O texto de hoje é baseado em uma comercial que vi já faz uns anos no canal de televisão ‘animal planet’ (69 na net). Não sei se o comercial ainda passa, mas eu queria agradecer aos criadores dele e ao canal pela inspiração. Vamos ver o que sai então- risos.
‘O lobo alfa. O líder. O mais forte, o mais rápido, mais esperto, melhor caçador. O que come primeiro também. Privilégios.
O lobo Omega. O ultimo. O fraco, lento, desatento...
O lobo Omega levantou os olhos, franziu as sobrancelhas, mostrou os dentes discretamente ao olhar para seu oposto – o alfa.
Por que ele? O escalaram para Omega quando era um simples filhote! Não fazia sentido continuar naquele posto maldito, de sobras e anonimato! O alfa agora já não era tão jovem assim e ele, por outro lado, estava na flor da idade, pronto para liderar!
Enquanto o bando comia, andou sorrateiramente até seu ‘concorrente’, rosnou chamando-lhe a atenção, num desafio.
O lobo alfa olhou para seu jovem desafiante e sorriu, balançando a cabeça negativamente de maneira divertida.
‘Não me desdenhe!’ rosnou Omega
Alfa apenas passou uma das patas sobre uma velha cicatriz no olho e esperou que o outro fizesse o primeiro movimento. Tal movimento não tardou a vir.
Uma investida no pescoço. Ousada e difícil de dar certo, como foi provado com o baque surdo que fez o focinho de Omega ao bater no chão. Ele balançou a cabeça, fungando, olhando com raiva para Alfa que apenas o encarava.
Ninguém parecia muito disposto a desistir.
A luta seguiu de forma similar até que finalmente fios de sangue vermelhos começaram a manchar o chão. A luta estava acabada. Agora alguns riam e os outros murmuravam desagradados.
O Alfa caminhou até o seu oponente, agora ferido com um corte no ombro esquerdo, parando ao seu lado.
‘Ponha-se no seu lugar. Talvez um dia seu lugar mude. Então poderá reivindicá-lo. Mas no momento você esta tentando deixar o seu lugar e isso é inaceitável. Volte para lá já.’
Omega, de cabeça abaixada, andou até o fim do bando onde se deitou, lambendo o ferimento.
‘Resigne-se!’ disse uma loba a ele enquanto esse caminhava.
‘Estou resignado. Pareço revoltado? Vou apenas descansar’
Lá atrás, onde ninguém podia vê-lo, porém, ele sorriu. Certo, então ainda não foi daquela vez. Talvez também não houvesse de ser com aquela alcatéia. Mas algum dia, ele poderia. As palavras de Alfa o encheram ainda mais de esperança de que um dia seria alguém.
Por outro ângulo, na frente do bando, Alfa também se deitava, sorrindo para o jovem longe e de costas que agora lambia um ferimento.
‘Algum dia, filhote...’ murmurou ‘Se não desistir, algum dia...’ '
Não desistam também. De nada.
Anya


